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DOI :
https://doi.org/10.36517/psg.v16i1.95782Mots-clés :
Tecnologia; Sociedade; Cinema; Melancolia; Entrevista com o Vampiro.Résumé
Este artigo analisa o filme Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire, Neil Jordan, EUA, 1994) a partir da perspectiva melancólica do protagonista Louis de Pointe du Lac (Brad Pitt), abordando sua relação com a transformação da sociedade e da tecnologia ao longo dos séculos. Ao narrar sua trajetória desde o final do século XVIII até o final do XX, o personagem assume o papel de observador sombrio e deslocado, cuja imortalidade o condena à repetição da perda e ao distanciamento afetivo frente à efemeridade humana e ao progresso técnico. A melancolia de Louis molda sua percepção da temporalidade e da sua própria condição pós-humana, refletindo sobre o esvaziamento existencial diante de uma sociedade em acelerada mutação. Em vez de se deslumbrar ou se assustar com as conquistas modernas, ele observa com desencanto a alienação crescente e a deterioração dos vínculos. Assim, o filme oferece uma reflexão crítica sobre o tempo, a memória, a identidade e a morte — temas recorrentes na tradição melancólica — atualizados à luz de uma sensibilidade vampírica que, longe de ser monstruosa, revela-se profundamente humana.
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© Isabella Gaeta, Laura Loguercio Canepa 2025

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