A TRADUÇÃO DOS MARCADORES CULTURAIS IRLANDESES EM CASTLE RACKRENT DE MARIA EDGEWORTH : O GLOSSÁRIO LITERÁRIO E O ROMANCE

Autores

  • Natalia Ferrigolli USP
  • John Milton Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.36517/revletras.42.1.10

Resumo

Este artigo fala sobre a tradução dialetal do inglês hibérnico no romance Castle Rackrent (1800), de Maria Edgeworth (1768-1849). Nesta obra da escritora anglo-irlandesa, o dialeto se manifesta no monólogo narrativo de Thady Quirk, o velho criado da família Rackrent e representante da classe rural irlandesa. O inglês hibérnico também está no glossário ao final do livro, realizado por um “Editor” fictício. Seu propósito é tornar o romance mais acessível para o público inglês e registrar o retrato quase feudal da Irlanda de proprietários ingleses e de arrendatários irlandeses que pagavam tributos para utilizar as terras. Dado o panorama da pesquisa, o artigo foca em uma entrada particular do glossário, denominada “Whillaluh”, cuja microanálise demonstra uma impossibilidade geral de traduzir o glossário com “marcadores culturais” (AUBERT, 2006: 24-25), embora se trate de um glossário literário. Diferentemente de uma tradução literária, o glossário é um gênero de texto mais factual, cujos limites são mais rígidos e aqui inviabilizam a liberdade criativa do tradutor. Este foi um grande desafio durante o processo tradutório, apesar de soluções muito interessantes terem surgido, a exemplo de utilizar marcadores culturais portugueses para traduzir os termos irlandeses, marcadores esses que despertam um aspecto dormente na língua (AMARAL, 2013: 132) ou seja, uma abordagem estrangeirizadora da própria língua-alvo.

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Biografia do Autor

John Milton, Universidade de São Paulo

John Milton (Birmingham, Reino Unido, 1956) é Professor Titular da Universidade de São Paulo em Estudos da Tradução. Ajudou a estabelecer o Programa de Pós-Graduação em Estudos de Tradução, e foi Coordenador do Programa (2012-2016). Seu principal interesse é a teoria, história, sociologia e política da tradução. Publicou O Poder da Tradução 1993 (reeditado como Tradução: Teoria e Prática, Martins Fontes, São Paulo, 1998, 2010); O Clube do Livro e a Tradução, Bauru: 2002; e Um País de Faz com Tradutores e Traduções: a Importância da tradução e da Adaptação na obra de Monteiro Lobato (2019); e fora do Brasil organizou (com Paul Bandia) Agents of Translation, John Benjamins, 2009; e Tradition, Tension and Translation in Turkey (com Şehnaz Tahir Gürçağlar e Saliha Paker) (2015). Também publicou artigos em revistas acadêmicas em Brasil e em Target e The Translator, além de traduzir poesia para o inglês. Juntou com Marilise Bertin adaptou Hamlet (2005), Romeu e Julieta (2006), e Otelo (2008). Recentemente (2022) publicou Fotografias de Intérpretes: Em Busca de Vidas Perdidas (Lexicos). Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1329-6336.

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Publicado

2023-08-22

Como Citar

FERRIGOLLI, Natalia; MILTON, John. A TRADUÇÃO DOS MARCADORES CULTURAIS IRLANDESES EM CASTLE RACKRENT DE MARIA EDGEWORTH : O GLOSSÁRIO LITERÁRIO E O ROMANCE. Revista de Letras, [S. l.], v. 1, n. 42, 2023. DOI: 10.36517/revletras.42.1.10. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/revletras/article/view/86664. Acesso em: 27 abr. 2024.