O que está faltando nas discussões contemporâneas de inspiração analítica sobre akrasia

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.36517/arf.v17i1.94507

Palabras clave:

Akrasia. Fraqueza da força de vontade. Filosofia contemporânea. Epistemologia da investigação. Engenharia conceitual.

Resumen

Este artigo é um exercício em engenharia conceitual, a prática filosófica de analisar conceitos, identificar suas limitações reais e/ou potenciais e projetar novos. Ao se envolver em engenharia conceitual, busca-se melhorar a clareza, utilidade ou alinhamento de um conceito com certos objetivos. Neste artigo, abordo o conceito de akrasia que vem sendo empregado por filósofos contemporâneos de inspiração analítica nas últimas décadas, pessoas como Donald Davidson, Richard Hare, Alfred Mele e outros. Eu argumento duas coisas. Primeiro, que a discussão contemporânea sobre akrasia entre esses estudiosos se afastou progressivamente da discussão original sobre akrasia entre as fontes antigas, onde as primeiras referências à akrasia são encontradas. Segundo, que o conceito de akrasia empregado na discussão contemporânea de inspiração analítica se adéqua aos objetivos desta discussão, que se preocupa principalmente em explicar como a akrasia é possível ou por que não é; mas não se adéqua aos objetivos de entender o que akrasia é.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Veronica Campos, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE)

Pesquisadora de pós-doutorado CAPES-PDPG na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Possui Bacharelado (2014), Mestrado (2018) e Doutorado em Filosofia (2022) pela Universidade Federal de Minas Gerais, sob orientação do professor André Abath, com estágio sanduíche via programa Capes Print na University of Warwick (Reino Unido), sob supervisão do professor Quassim Cassam. Principais interesses de pesquisa incluem epistemologia analítica contemporânea, epistemologia de virtudes e vícios, epistemologia social e epistemologia da investigação. Também trabalha com temas ligados à filosofia da religião, filosofia da mente e fenomenologia, incluindo tópicos como o pensamento filosófico e religioso oriental, fenomenologia da experiência mística, ciência cognitiva da religião e filosofia da dor. Possui grande interesse pela área de metodologia e escrita filosófica, tendo publicado em 2022 o livro Penso, Logo Escrevo, adotado atualmente como manual de metodologia por professores de diversas universidades brasileiras. É membro da Sociedade Brasileira de Filosofia Analítica (SBFA). Faz parte do núcleo de sustentação do GT de Epistemologia Analítica da ANPOF. Participa dos grupos de pesquisa REDD (Rede de Estudos Democracia e Desinformação), sediado na UFMG; Observatório da Dor, sediado na FAJE; e CLEA (Cognição, Linguagem, Enativismo e Afetividade), de abrangência internacional.

Citas

ABATH, A. Knowing what things are: an inquiry-based approach. London: Springer, 2022. (Synthese Libary 466: Studies in Epistemology, Logic, Methodology, and Philosophy of Science).

ALLEN, R. The Dialogues of Plato. Volume 2: The Symposium. Yale: Yale University Press, 1993.

ARISTOTLE. Nicomachean Ethics. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

AUDI, R. Weakness of will and practical judgment. Noûs, v. 13, n. 2, 1979, p. 173-192.

AUSTIN, J. A plea for excuses. In: UMSON, J.; WARNOCK, J. (Eds.). Philosophical Papers. 3. ed. Oxford: Oxford University Press, 1956; 1979.

BRATMAN, M. Practical reasoning and weakness of the will. Noûs, v. 13, n. 2, 1979, p. 153-171.

BRISTOL, M. Macbeth the philosopher: rethinking context. New Literary History, v. 42, n. 4, 2011, p. 641-662.

CALLARD, A. Akratics as hedonists: Protagoras 352b-355a. Ancient Philosophy, v. 36, n. 1, 2016, p. 47-64.

CALLARD, A. Ignorance and akrasia-denial in the Protagoras. In: INWOOD, B. (Ed.). Oxford Studies in Ancient Philosophy. Vol. XLVII. Oxford; New York: Oxford University Press, 2014.

CARTLEDGE, P. Alcibiades of Athens. History Today, v. 37, n. 10, 1987, p. 15-21.

DAVIDSON, D. Actions, reasons and causes. The Journal of Philosophy, v. 60, n. 23, 1963, p. 685-700.

DAVIDSON, D. How is weakness of the will possible? In: FEINBERG, J. (Ed.). Moral concepts. Oxford: Oxford University Press, 1969; 1980.

EURIPIDES. Medea. Indianapolis: Hackett, 2008.

GALEN. On the doctrines of Hippocrates and Plato. Berlin: Akademie-Verlag, 1978.

HARE, R. Freedom and reason. Oxford: Oxford University Press, 1963; 1977.

HARE, R. The language of morals. Oxford: Oxford Clarendon Press, 1952.

HOFFMAN, T. Weakness of will from Plato to the present. Washington: Catholic University of America Press, 2008.

IRWIN, T. Euripides and Socrates. Classical Philology, n. 78, v. 3, 1983, p. 183-197.

JACKSON, F. Weakness of will. Mind, v. 93, n. 369, 1984, p. 1-18.

MELE, A. Akrasia, reasons and causes. Philosophical Studies, n. 44, v. 1, 1983, p. 345-368.

MELE, A. Incontinent believing. The Philosophical Quarterly, v. 36, n. 143, 1986, p. 212-222.

MELE, A. Irrationality. New York: Oxford University Press, 1987.

REEVE, M. Euripides, Medea 1021-10801. The Classical Quarterly, v. 22, n. 1, 1972, p. 51-61.

RICKERT, G. Akrasia and Euripides’ Medea. Harvard Studies in Classical Philology, v. 91, n. 1, 1987, p. 91-117.

RORTY, A. The social and political sources of Akrasia. Ethics, v. 107, n. 4, 1997, p. 644-657.

SHAKSPEARE, W. Macbeth. In: MOWAR B.; WERSTINE, P. (Eds.). Folger Shakspeare Library. New York: Simon & Schuster, 2013.

SHAKSPEARE, W. The merchant of Venice. In: MAHOOD, M. (Ed.). The New Cambridge Shakespeare. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.

SHANAHAN, C. Alcibiades’ akrasia: reason for wrongdoing? The International Journal of the Platonic Tradition, v. 13, n. 2, 2019, p. 131-152.

SHUGAR S. Knowing is not enough: akrasia and self-deception in Shakespeare’s Macbeth. PhD dissertation. Montreal: McGill University, 2006.

SNELLEN, P. Akrasia as a character trait. PhD dissertation. Groningen: University of Groningen, 2018.

STENDAHL, K. Paul among the Jews and Gentiles, and Other Essays. Philadelphia: Fortress, 1976.

STOWERS, S. Rereading of Romans: justice, jews, and gentiles. New Haven: Yale University Press, 1994.

VAN DEN BELD, A. Romans 7: 14-25 and the problem of akrasia. Religious Studies, v. 21, n. 4, 1985, p. 495–515.

VASILIAUSKAS, E. Mortal knowledge: akrasia in english renaissance tragedy. In: BLOEMENDAL J.; SMITH, N. (Eds.). Politics and aesthetics in European Baroque and Classicist Tragedy. Leiden: Brill, 2016. p. 221-238.

Publicado

2025-07-31

Cómo citar

Campos, V. (2025). O que está faltando nas discussões contemporâneas de inspiração analítica sobre akrasia. Argumentos - Revista De Filosofia, 17(1), 343–357. https://doi.org/10.36517/arf.v17i1.94507

Número

Sección

Artigos