Por uma crítica queer-feminista ao sistema sexo/gênero: Judith Butler problematizando com Gayle Rubin

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/arf.v17i1.94235

Palavras-chave:

Parentesco. Heteronormatividade. Sexo. Gênero.

Resumo

O pensamento da antropóloga Gayle Rubin é de suma importância para Judith Butler; isto porque muito de sua crítica à heteronormatividade na psicanálise é extraída da teoria exposta em Tráfico de mulheres. Além disso, Rubin é responsável pela análise da categoria “mulher” como sendo resultado das relações de parentesco que beneficiam e são construídas por homens. Contudo, apesar de sua colaboração inquestionável, o pensamento de Rubin sobre um “sexo natural”, que seja anterior a lei, mostra-se utópico, não raro ignorando que o sistema sexo/gênero é construído por atos performativos. Nosso interesse neste trabalho é explorar essa problematização feita por Butler a partir das reflexões de Rubin sobre a psicanálise e os sistemas de sexo/gênero, mostrando quais pontos unem e quais separam as duas autoras, ambas fundamentais ao desenvolvimento de muitas das atuais teorias queer e feministas.

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Biografia do Autor

Diego Luiz Warmling, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Mestre e Doutor em filosofia pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGFil UFSC).

Petra Bastone, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Mestra em Psicologia pela Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ). Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Publicado

2025-07-31 — Atualizado em 2025-10-02

Como Citar

Warmling, D. L., & Bastone, P. (2025). Por uma crítica queer-feminista ao sistema sexo/gênero: Judith Butler problematizando com Gayle Rubin. Argumentos - Revista De Filosofia, 17(1), 311–328. https://doi.org/10.36517/arf.v17i1.94235

Edição

Seção

Artigos