A RELAÇÃO ENTRE A LINGUAGEM VERBAL E A NÃO VERBAL NOS DESFILES DAS ESCOLAS DE SAMBA
A TEXTUALIDADE DO SAMBA-ENREDO
DOI:
https://doi.org/10.36517/rdl.v2i43.94339Palavras-chave:
samba-enredo, Linguística Textual, multimodalidadeResumo
Com base em Barros (2013) e Trinta (1985), somos inclinados a dizer o que eles não, necessariamente, disseram, isto é, que o carnaval dos desfiles das escolas de samba é um gênero textual, e cada desfile um texto dele. Um texto sincrético, ou, em outras palavras, um texto misto, porque reúne expressões de linguagem verbal e não verbal. É linguagem verbal a letra de samba-enredo, bem como, porventura, outros registros escritos nos componentes do desfile; são não verbais todas as outras semioses por meio das quais o carnavalesco realiza o enredo do desfile. Vale-nos saber que cabe à Linguística Textual ampliar a noção de texto, inserindo nela a ação de outros sistemas semióticos além do verbal (Barros, 2017; Bentes, Ramos, Filho, 2010). O samba-enredo, não obstante o enredo “extrínseco” a que faz referência, tem o seu próprio enredo, isto é, o “intrínseco” (Mussa & Simas, 2010). Caso suficientemente informativo em seu próprio enredo, o samba-enredo parece não depender da relação com outros tipos de linguagem do desfile para comunicar-se minimamente. No entanto, a textualidade do samba-enredo, segundo o fator da informatividade, é, de fato, suficiente ou se alonga ao desfile como um todo? Essa questão é objeto de nossa pesquisa de doutorado, em andamento, cuja tese, em confecção, reserva espaço para a inauguração dessa discussão, para a qual contamos com as contribuições da Linguística Textual, especialmente por intermédio de Val (2006), no tocante ao que a autora entende por suficiência de dados informativos. A título de demonstração, apresentaremos algumas justificativas de nota e a letra do samba-enredo, do ano de 2023, da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, do Rio de Janeiro. Como aporte teórico, contamos com os conhecimentos de Antunes (2017), Cavalcante et al. (2022) e de, como já dito, Val (2006), para lidarmos com a informatividade como critério de análise sob o interesse deste trabalho. Os resultados encontrados até o momento não são nada conclusivos, a saber: são mais problematizadores do que cabais.
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