Entre protagonismo e individualismo
A noção de liberdade de escolha em uma Parceria Público-Privada de educação
DOI:
https://doi.org/10.29148/labor.v1i25.62505Palavras-chave:
Liberdade, Educação escolar básica, Meritocracia, Educação ProfissionalResumo
No contexto atual as Parcerias Público-Privadas (PPP) têm se expandido como modelo de gestão na educação básica brasileira, conformando um projeto específico de educação. Com a maior inserção destas PPP tem sido possível observar mudanças qualitativas no sentido da prática educacional, bem como nos conteúdos trabalhados com os estudantes. Buscando desvelar o sentido político assumido por essas instituições esse artigo tem como objetivo apreender as concepções de liberdade de escolha e escolha profissional presentes na apostila de uma dessas PPP – o Instituto de Co-responsabilidade pela Educação (ICE). A partir do materialismo histórico dialético, buscou-se analisar a apostila produzida pelo Instituto, que tem como foco a elaboração de um “Projeto de Vida” para os estudantes do ensino médio. Com tal análise, foi possível perceber que as noções de “liberdade de escolha” e “escolha profissional” sustentam a reprodução da ideologia dominante, sobretudo em relação ao individualismo burguês. Discute-se como o material traz uma concepção de liberdade calcada na meritocracia, ignorando as determinações sociais e históricas do processo de escolha, aproximando-se, assim, da não-liberdade. Por fim, discute-se como tal concepção contribui para uma formação para o trabalho alienado e não para uma formação integral dos estudantes.
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