Trabalho e subordinação no sertão cearense

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Resumo

Este trabalho se refere a trabalhadores rurais de uma área do sertão cearense classificada pelos órgãos de Planejamento Regional como sertões de Quixeramobim que inclui os municípios de Quixadá, Itatira, Boa Viagem e Quixeramobim. Caracteriza-se a área, em termos de atividade produtiva pelo que tem sido designado na bibliografia regional como "binômio gado-algodão". Trataremos dos trabalhadores rurais enquanto inseridos nas situações de pequenos proprietários, parceiros, moradores, rendeiros e, marginalmente apenas, tocaremos na situação de parceleiros. Procuraremos em cada caso discutir a questão da autonomia e subordinação dos trabalhadores face aos grupos sociais com que se defrontam. Ao fazê-lo, consideraremos a relação de posse e uso da terra, as formas de controle de força de trabalho familiar e do produto do trabalho, os mecanismos que atuam na esfera da circulação. Foi, fundamentalmente, através de pequenos proprietários e parceiros que logramos obter as informações sobre as demais situações. Além de contatos com trabalhadores inseridos nestas duas situações tivemos acesso direto apenas a rendeiros, mesmo assim, rapidamente, e através da mediação dos mesmos pequenos proprietários e parceiros. Além dos trabalhadores rurais, entrevistamos também membros da administração municipal, um dos quais era, ao mesmo tempo, grande proprietário e maquinista (como de usina de beneficiamento de algodão) , e um técnico da agência regional da Associação Nacional de Crédito e Assistência Rural (ANCAR). As entrevistas com trabalhadores rurais foram, todavia, mais aprofundadas em virtude mesmo do fato de estarmos interessados em aspectos a eles mais diretamente relacionados...

Biografia do Autor

Alfredo Wagner Berno de Almeida , Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

Possui mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1978) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é bolsista de produtividade CNPQ 1A, pesquisador sênior da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, professor nos seguintes Programas de Pós-graduação - Pós-Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, Pós - Graduação, Cidadania e Direitos Humanos em Segurança Pública e na Pós Graduação mestrado interdiscplinar em Ciência Humanas na Universidade do Estado do Amazonas - UEA, Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia e Pós-Graduação em Antropologia Social na Universidade Federal do Amazonas - UFAM e coordena os Projetos ?Cartografia da Cartografia Social: uma síntese das experiências? (UFAM /Fundação Ford); o projeto "Centro de Ciências de Saberes: experiencias de criação de Museus vivos na afirmação dos saberes e fazeres representativos dos povos e comunidades tradicionais" - MCTI/CNPQ/SECIS, realizado pela UEA em parceria com o Museu de Astronomia/MCTI; projeto ?Cartografia Social como Estratégia de Fortalecimento do Ensino e da Pesquisa Acadêmica: Programa de Pós-Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia e Projeto Mapeamento da Região Ecológica do Babaçu? (Fundação Ford) e o ?Projeto Nova Cartografia Social: Quilombolas do Brasil(SEPPIR/PNUD).? Trabalha principalmente com os seguintes temas: povos tradicionais,etnicidade, conflitos, movimentos sociais, processos de territorialização e cartografia social, Amazônia.

Neide Esterci, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Mestre em Antropologia Social pelo Museu Nacional - UFRJ e doutora em Ciência Política pela USP. Professora titular do Departamento de Antroplogia Cultural da UFRJ e pesquisadora associada do IDSM/MCT-CNPq. Tem trabalhos na área de Antropologia Rural, sobre temas relativos a Amazônia, meio ambiente, trabalho escravo e conflitos sociais.

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Publicado

2019-11-11

Como Citar

Wagner Berno de Almeida , A. ., & Esterci, N. (2019). Trabalho e subordinação no sertão cearense . Revista De Ciências Sociais, 10(1 e 2), 95–130. Recuperado de http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/42670