Trabalho e malandragem – sincretismo de um herói civilizador

Autores

  • Ismael de Andrade Pordeus Júnior UFC

Resumo

A concepção simbólica do Exu no Espiritismo de Umbanda ressalta a importância desse personagem em seu caráter ambíguo, contraditório e passível de ser utilizado ou reapropriado por outras manifestações culturais. Esse trabalho procura, a partir da reconstrução dos elementos principais desse personagem, entender dimensões da cultura brasileira onde a malandragem expressa de forma dinâmica essa ambiguidade. O PERSONAGEM E SUAS INTERPRETAÇÕES Esse personagem, o Exu - mito dinâmico no panteon loruba, Fon, no Candomblé da Bahia - domina a natureza cósmica e humana. Ele é o elemento de ligação entre o mundo sagrado e o mundo profano, entre os homens e seus Orixás, entre os próprios Orixás, intervindo de uma forma ambígua e desempenhando um papel bem definido, como demonstraram Bastide (1974), Elbain dos Santos (1977) e Renato Ortiz(1978). Exu é um personagem presente em todos os elementos da natureza e na vida de cada indivíduo no seio da sociedade. Suas intervenções apresentam características próprias, queremos dizer, cada local, cada linguagem, cada entidade, cada pessoa possui seu próprio Exu. Apesar de sua ambiguidade, ele é um elemento único, é o princípio da totalidade da existência...

Biografia do Autor

Ismael de Andrade Pordeus Júnior, UFC

possui graduação em Ciências Sociais e Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (1978), mestrado em Sociologie de la Conaissence - Universite de Tours (Universite Francois Rabelais) (1980), doutorado em Sociologia e Ciências Sociais Etnologia - Universite Lumière Lyon 2 (1988). e Pós-Doutorado em Antropologia - Université Lumière Lyon2 (1998). Foi pesquisador visitante senior no Instituto de Ciências Sociais- Universidade de Lisboa (2005-2006). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Ceará. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia das Religiões, atuando principalmente nos seguintes temas:reliiões afro-brasileiras, umbanda, memória, vocalidade, cultura tradicional, transnacionalidade religiosa.

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Publicado

2020-05-21

Como Citar

Pordeus Júnior, I. de A. . (2020). Trabalho e malandragem – sincretismo de um herói civilizador. Revista De Ciências Sociais, 20(1/2), 189–198. Recuperado de http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/44177