Estigma percebido por mães de crianças com síndrome congênita do Zika vírus
DOI:
https://doi.org/10.15253/2175-6783.20232492177Palavras-chave:
Estigma Social; Infecção por Zika Vírus; Anormalidades Congênitas; Bem-Estar Materno; Serviços de Saúde Materno-Infantil.Resumo
Objetivo: apreender as experiências do estigma percebido por mães de crianças com síndrome congênita do Zika vírus e suas repercussões. Métodos: estudo qualitativo desenvolvido com 12 mães respondentes às entrevistas semiestruturadas. Foram procedidas a Análise Fatorial de Correspondência e Classificação Hierárquica Descendente por meio do Software IRaMuTeQ. Resultados: emergiram quatro classes que abordam a experiência com a percepção do estigma: Percebendo a discriminação do público; Comportamentos estigmatizadores e suas repercussões; Sentindo-se culpada e adotando estratégias de enfrentamento; Vivenciando a Rejeição do pai, dos outros e sentindo Solidão. Conclusão: o estigma é percebido por mães de crianças com síndrome congênita do Zika vírus em interações afetivas, familiares e sociais, expressas através da rejeição, afastamento e exclusão resultantes em sofrimento às mães, as quais adotam como estratégias de enfrentamento ocultar a criança e o autoisolamento. Contribuições para a prática: à Enfermagem cabe identificar sinais de isolamento social, tristeza profunda e estresse relacionado ao estigma em ser mãe de uma criança com síndrome congênita do Zika vírus e elaborar planos de cuidados para prevenção do adoecimento materno.
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