“DICAS” FALADAS E A TRADUÇÃO SELETIVA DE POESIA EM LÍNGUA DE SINAIS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/rdl.v1i44.95700

Palavras-chave:

Literatura em língua de sinais, duetos bilíngues-bimodais, tradução de poesia, tradução seletiva

Resumo

Este artigo tem por objetivo investigar a tradução seletiva (Spooner et al, 2018) num contexto literário bilíngue com uma língua de sinais e uma língua oral, em que o tradutor fornece dicas contextuais vozeadas ao público. As produções poéticas bilíngues, apresentadas nessas duas modalidades, simultaneamente, vem crescendo no Brasil e no exterior, sendo estudadas na perspectiva literária como duetos (Pedroni, 2021; Sutton-Spence, Pedroni, 2023; Melo Neto, 2023) e na perspectiva tradutória como performances artísticas que envolvem os processos de tradução e interpretação (Lucena, 2017, Albres, Klamt e Sutton-Spence, 2023). Escolhemos um dueto poético apresentado em ASL e Inglês por Peter Cook e Kenny Lerner “4 Arms/ Snowstorm” (4 Braços/ Tempestade de Neve) para compreender como se efetiva a tradução seletiva e apresentamos uma crítica de tradução, analisando as estratégias tradutórias. Como resultados, identificamos cinco principais estratégias tradutórias seletivas: i. traduzir literalmente (um sinal ou uma expressão); ii. não traduzir e deixar o público ver a sinalização; iii. traduzir parcialmente, oferecendo uma dica do referente, mas não da ação produzida por ele, ou oferecendo uma dica da ação, mas não do referente que pratica a ação; iv. traduzir algo que não foi sinalizado; v. traduzir seguindo a estética do poema. Desta forma, propomos que os tradutores de literatura possam seguir estas estratégias seletivas para que o público interaja na compreensão da sinalização e veja o poema no corpo dos artistas.

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Biografia do Autor

Marilyn Mafra Klamt, Universidade Federal De Santa Catarina

Marilyn Mafra Klamt é professora adjunta da Universidade Federal de Santa Catarina. Licenciada em Letras Português e Literaturas (2003), Mestre (2014) e Doutora (2018) em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atua nos projetos de pesquisa: "Gêneros de literatura em Libras e Língua de Sinais Chilena", "Tradução comentada: princípios científicos e pedagógicos"; e "Toponímia em Libras: Regiões Catarinenses". Ainda atua na extensão com a organização da revista literária "Dialogando sobre Literatura em Libras" e do Seminário do Letras Libras (SELL). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Brasileira de Sinais, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura surda/ literatura em Libras, ensino de Libras e tradução literária envolvendo o par linguístico Libras-Português.

Rachel Sutton Spence, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Bachelor of Arts in Experimental Psychology - University of Oxford (1987) e doutorado em Estudos Surdos - University of Bristol (1995). Atualmente é professora da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Estudos Literarios, atuando principalmente nos seguintes temas: libras, línguas de sinais, literatura surda, poesia e literatura sinalizada. É líder do Grupo de Pesquisa 'Literatura em Línguas de Sinais' na Universidade Federal de Santa Catarina.

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Publicado

2025-11-28

Como Citar

MAFRA KLAMT, Marilyn; SUTTON SPENCE, Rachel. “DICAS” FALADAS E A TRADUÇÃO SELETIVA DE POESIA EM LÍNGUA DE SINAIS. Revista de Letras, [S. l.], v. 1, n. 44, 2025. DOI: 10.36517/rdl.v1i44.95700. Disponível em: https://www.periodicos.ufc.br/revletras/article/view/95700. Acesso em: 5 dez. 2025.

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