“Ela nasceu para ser professora”:

a naturalização do trabalho docente como atividade feminina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29148/labor.v1i27.80559

Palavras-chave:

Licenciatura. Trabalho docente. Feminização. Desigualdade de gênero

Resumo

Este artigo objetiva abordar a construção do imaginário da docência como atividade feminina a partir do final do século XIX e começo do século XX. A docência no Brasil, em um primeiro momento, esteve centrada na figura masculina do professor. Todavia, com a ampliação do atendimento público educacional, houve a necessidade de um maior número de docentes para suprir as novas demandas, e as vagas passaram a ser ocupadas também por mulheres. Nesse processo de vinculação de um ofício originalmente destinado aos homens ao gênero feminino, buscou-se justificar que as mulheres eram mais aptas para exercer o trabalho docente, pois elas seriam naturalmente mais inclinadas ao cuidado, uma vez que sua função maior estava atrelada à maternidade. Esse imaginário da docência enquanto dom fez com que os cursos superiores de Pedagogia e as licenciaturas em geral (principalmente as com o maior número de mulheres) fossem as opções com menor valor de mercado. As discussões propostas neste artigo baseiam-se nos estudos de Bernadete Gatti et al. (2019), Flúvia Rosermberg e Tina Amado (1992), Guacira Lopes Louro (1997, 2004) e Marcus Vinícius Cunha (2011).

Biografia do Autor

Renata Lewandowski Montagnoli, Professora de História na Secretaria Municipal de Educação de Itapema/SC

Possui graduação em História pelo Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE (2003). Especialização em História pela mesma instituição (2005). Mestrado em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Camboriú. Ingressou em abril de 2022 no Doutorado em História na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), fazendo parte da Linha de pesquisa 3. HISTÓRIAS ENTRECRUZADAS DE SUBJETIVIDADES, GÊNERO E PODER, tendo como orientadora a professora Dra. Joana Maria Pedro. Participa dos grupos de pesquisa GEPEFOPPE (Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação, formação de professores e processos educativos) e GINPEDIN (Grupo Interdisciplinar de Pesquisas, Inclusão e Processos Formativos). Desde 2005 atua como professora de História na Secretaria Municipal de Educação de Itapema/SC.

Adriano Mafra, Instituto Federal Catarinense - IFC Campus Ibirama

Professor Visitante no Department of Hispanic Languages and Literatures da University of Pittsburgh (2022). Doutor em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina (2015). Doutor em Translation Science pela Universiteit Antwerpen (2015) com período de estágio doutoral no Departamento de Tradutores e Intérpretes da mesma IES (Faculteit Letteren en Wijsbegeerte, Toegepaste Taalkunde/Vertalers & Tolken - Universiteit Antwerpen). Mestre em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010), Especialista em Metodologia do Ensino de Línguas: Português, Inglês e Espanhol pela Celer Faculdades/ FACISA (2008) e Licenciado em Letras pela Universidade do Vale do Itajaí (2005). É membro do Núcleo de Estudo de Processos Criativos (NUPROC/ UFSC) e do Grupo de Pesquisa "Processos Educativos" (Instituto Federal Catarinense). Atualmente é professor de Língua Portuguesa e Língua Inglesa do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico no Instituto Federal Catarinense - Campus Ibirama. Tem experiência na área de Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Metodologia Científica e Português como Língua Estrangeira; e pesquisas nas áreas dos Estudos Descritivos da Tradução, História da Tradução no Brasil (Século XIX), Orientalismo e Crítica Genética.

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Publicado

2022-07-03

Como Citar

MONTAGNOLI, Renata Lewandowski; MAFRA, Adriano. “Ela nasceu para ser professora”:: a naturalização do trabalho docente como atividade feminina. Revista Labor, [S. l.], v. 1, n. 27, p. 154–168, 2022. DOI: 10.29148/labor.v1i27.80559. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/labor/article/view/80559. Acesso em: 31 out. 2024.

Edição

Seção

Dossiê

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